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SAÚDE
terça-feira, 31 de julho de 2012
HEMORRÓIDAS
sábado, 21 de julho de 2012
MATANDO UM LEÃO POR DIA
Outro dia, tive o
privilégio
de fazer algo que adoro: fui almoçar com um amigo, hoje chegando perto de seus
70 anos. Gosto disso. São raras as chances que temos de escutar suas histórias e
absorver um pouco de sabedoria das pessoas que já passaram por grandes
experiências nesta vida.
Depois de um
almoço longo, no qual falamos bem pouco de negócios mas muito sobre a vida, ele
me perguntou sobre meus negócios. Contei um pouco do que estava fazendo e, meio
sem querer, disse a ele:
-"Pois é. Empresário, hoje, tem de matar um leão por
dia".
Sua
resposta, rápida e afiada, foi:
-"Não mate seu leão. Você deveria mesmo era cuidar
dele".
Fiquei
surpreso com a resposta e ele provavelmente deve ter notado minha surpresa, pois
me disse:
- "Deixe-me lhe contar uma história que quero
compartilhar com você".
Segue, mais
ou menos, o que consegui lembrar da
conversa:
"Existe um ditado popular antigo que diz que temos de
"matar um leão por dia". E por muitos anos, eu acreditei nisso, e acordava todos
os dias querendo encontrar o tal
leão.
A vida foi passando e muitas vezes me vi repetindo essa
frase.
Quando cheguei aos 50 anos, meus negócios já tinham crescido e
precisava trabalhar um pouco menos, mas sempre me lembrava do tal leão Afinal,
quem não se preocupa quando tem de matar um deles por
dia?
Pois bem. Cheguei aos meus 60 e decidi que era hora de meus filhos
começarem a tocar a firma. Mas qual não foi minha surpresa ao ver que nenhum dos
três estava preparado! A cada desafio que enfrentavam, parecia que iam
desmoronar emocionalmente. Para minha tristeza, tive de voltar à frente dos
negócios, até conseguir contratar alguém, que hoje é nosso diretor-geral.
Este "fracasso" me fez pensar muito. O que fiz de errado no meu
plano de sucessão? Hoje, do alto dos meus quase 70
anos, eu tenho uma suspeita: a culpa foi do leão”.
Novamente,
eu fiz cara de surpreso. O que o leão tinha a ver com a história? Ele, olhando
para o horizonte, como que tentando buscar um
passado distante, me disse:
- "É. Pode ser que a culpa não seja cem por cento do
leão, mas fica mais fácil justificar dessa forma. Porque, desde quando meus
filhos eram pequenos, dei tudo para eles. Uma educação excelente, oportunidade
de morar no exterior, estágio em empresas de amigos. Mas, ao dar tudo a eles,
esqueci de dar um leão para cada, que era o mais importante. Meu jovem, aprendi
que somos o resultado de nossos desafios. Com grandes desafios, nos tornamos
grandes. Com pequenos desafios, nos tornamos pequenos. Aprendi que, quanto mais
bravo o leão, mais gratos temos de ser. Por isso, aprendi a não só respeitar o
leão, mas a admirá-lo e a gostar dele. Que a metáfora é importante, mas errônea:
não devemos matar um leão por dia, mas sim cuidar do nosso. Porque o dia em que
o leão, em nossas vidas morre, começamos a morrer junto com ele.”
Depois
daquele dia, decidi aprender a amar o meu leão. E o que eram desafios se
tornaram oportunidades para crescer, ser mais forte, e "me virar" nesta selva em
que vivemos.
A capacidade de luta que há em você, precisa de adversidades
para revelar-se.
(Pierre Schurmann)
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